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Proposta: Resenha sobre a cultura do Funk

  • Fabiene Mattos
  • 27 de jan. de 2016
  • 2 min de leitura

Descontruindo pré-conceitos

O funk ganhou espaço na mídia brasileira há pouco tempo, embora sua história tenha quase cinquenta anos. O nascimento deste ritmo, como a de muitos outros no Brasil, está intimamente ligado aos Estados Unidos. Na década de 70 surgiram as primeiras equipes de som no Rio de Janeiro, que organizavam bailes dançantes. Os primeiros bailes eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores. A partir de 1989, foram lançadas músicas em português que retratavam o cotidiano dos frequentadores: abordavam a violência e a pobreza das favelas. Na época, o funk falava sobre as drogas, as armas, mas alguns artistas, como Claudinho e Buchecha, evoluíram para outros tipos de tema. As letras das músicas trazem até hoje denúncias, destacando os diversos problemas enfrentados pelas comunidades e a exaltação desses lugares. Antigamente, o funk era bem marginalizado, porém essa realidade mudou, pois não se fala somente de sexo, drogas e violência, na verdade pode ser visto com uma arma que dá voz aos povos esquecidos pelo governo, basta saber usá-la.


O funk é um estilo musical que, no Brasil, provém das favelas do estado do Rio de Janeiro; é um movimento que atingiu o gosto musical de regiões sofridas e esquecidas, tornando-se um modelo barato de diversão e que une jovens de diversas classe sociais, apesar de ter suas raízes nas classes mais pobres. A faixa etária dos frequentadores dos bailes varia entre 13 e 25 anos que costumam andar em grupos. O movimento é predominantemente frequentado por jovens, após a fase adulta a presença nesses bailes diminui, provavelmente pela existência de novas responsabilidades como trabalho e família.


Hoje em dia a fama do funk está em quase todo território nacional e a divulgação desse movimento musical é muito importante, pois expressa a verdade sobre os problemas encontrados no cotidiano das comunidades brasileiras e evidência os preconceitos presentes na sociedade. O ritmo é uma herança cultural afro, tendo em vista seu surgimento no movimento black dos EUA. Devido à recriação a partir das misturas de diversos ritmos existentes ligados à cultura africana, como por exemplo a mistura com as batidas do samba, o funk contribui com a expressão cultural na formação da identidade, representada por novas vestimentas, novas linguagens e acessórios. A identidade do “funkeiro” não segue padrões e valores ditados pelo Estado, é variável e por isso considerada como modismo passageiro. Tão variável quando a identidade de qualquer brasileiro que é construída e reconstruída constantemente.


A partir desse artigo, percebemos a necessidade de descontruir preconceitos e valorizar a diversidade cultural que abrange nosso país, afinal, o ritmo nada mais é do que a miscigenação de expressões culturais existentes no Brasil. Ao criminalizarmos o funk, estamos agindo como aqueles que perseguiam as manifestações da cultura nas senzalas, agindo com o mesmo preconceito de muitos anos atrás. Esse estilo musical originou-se nas tradições musicais afrodescendentes brasileiras, sendo uma releitura da cultura ligada aos africanos que se dispersaram de seu continente e vieram para o Brasil e é obrigação preservar a cultura popular como sendo a identidade dos povos.


Integrantes: Fabiene Mattos e Denise Cirlei.

Disciplina: Antropologia Cultural.

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